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Moçambique: Dívidas Ocultas
O 7 de Dezembro de 2022 entra para a história da justiça moçambicana por ter sido o dia em que, ao fim de um ano e quatro meses de julgamento, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo ditou a sentença dos dezanove co-réus que vinham sendo julgados na cadeia de máxima segurança, (vulgo BO), pelos empréstimos ilegais de 2.2 mil milhões de dólares norte-americanos.
Onze dos dezanove co-réus do caso foram condenados a penas que variam de 10 a 12 anos de prisão por se ter provado o seu envolvimento no esquema dos empréstimos contraídos ilegalmente em 2013 e 2014
junto dos bancos europeu Credit Suisse e VTB da Rússia.
Por insuficiência de provas foram ilibados oito dos dezanove co-réus.
O Ministério Público abriu processos contra outros servidores públicos envolvidos na contratação das dívidas, mesmo que eles não tenham recebido propina. Eles violaram os seus deveres de gestão financeira no exercício das suas funções. -
NIKETCHE Uma história de poligamia
SINOPSE
Rami, casada há vinte anos com Tony, um alto funcionário da polícia, de quem tem vários filhos, descobre que o partilha com várias mulheres, com as quais ele constituiu outras famílias. O seu casamento, de «papel passado» e aliança no dedo, resume-se afinal a um irónico drama de que ela é apenas uma das personagens. Numa procura febril, Rami obriga-se a conhecer «as outras». O seu marido é um polígamo! Na via dolorosa que então começa, séculos de tradição e de costumes, a crueldade da vida e as diferenças abissais de cultura entre o norte e o sul da terra que é sua, esmagam-na.
E só a sabedoria infinita que o sofrimento provoca lhe vai apontando o rumo num labirinto de emoções, de revelações, de contradições e perigosas ambiguidades. Poligamia e monogamia, que significado assumem? Cultura, institucionalização, hipocrisia, comodismo, convenção ou a condição natural de se ser humano, no quadro da inteligência e dos afectos? Paulina Chiziane estende-nos o fio de Ariadne e guia-nos com o desassombro, a perícia e a verdade de quem conhece o direito e o avesso da aventura de viver a vida.
Niketche, dança de amor e erotismo, é um espelho em que nos vemos e revemos, mas no qual, seguramente, só alguns de nós admitirão reflectir-se.
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O AMOR QUE HÁ EM TI
SINOPSE
Ana Maria pensou estar a alucinar, o homem que via diante dos seus olhos não podia ser real. Perdera a esperança de encontrá-lo novamente, nem sequer sabia se continuava vivo ou não, tudo o que tinha era seu silêncio e indiferença ao longo dos anos. Precisou respirar fundo para não desfalecer e apoiou-se na primeira coisa que encontrou na recepção da Clínica Mabungo, fundada por seu amado tio, o cardiologista Alberto Mabungo.
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O COMBOIO DA MORTE
SINOPSE
Já se vai uma semana, trancado neste lugar, numa cela de doze metros quadrados, com paredes supostamente pintadas de cor branca, uma tinta que se vai descascando criando bolhas, sobre ela desfilam milhares de palavras, tintas de cores primárias, secundárias, terciárias e demais tintas de carácter indescritível formando diversas palavras. As escrituras revelam nomes de pessoas, alcunhas, sentimentos de melancolia e de revolta. Era possível ver frases como “este lugar é nosso” e mais ainda juramentos de vingança, no centro da parede uma frase chamava mais a atenção, uma tinta vermelha cortava o centro deixando uma frase que dizia “Sol de hoje você não passa” pareciam palavras escritas com sangue, certamente um indivíduo mergulhado na mais profunda angústia…
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O FIO DAS MISSANGAS
SINOPSE
Uma vez mais Mia Couto regressa ao conto, género literário que parece ser o da sua maior realização. Estórias breves mas contendo, cada uma delas, as infinitas vidas que se condensam em cada ser humano. Uma vez mais, a linguagem é trabalhada como se fosse delicada filigrana, confirmando o que o autor disse de si mesmo: «Conto histórias por via da poesia.» São vinte e nove contos unidos como missangas em redor de um fio, que é a escrita encantada de um consagrado fabricador de ilusões.
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O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS
SINOPSEDiogo Santiago é um prestigiado e respeitado intelectual moçambicano. Professor universitário em Maputo, poeta, desloca-se pela primeira vez em muitos anos à sua terra natal, a cidade da Beira, nas vésperas do ciclone que a arrasou em 2019, para receber uma homenagem que os seus concidadãos lhe querem prestar.
Mas o regresso à Beira é também, e talvez para ele seja sobretudo, o regresso a um passado longínquo, à sua infância e juventude, quando ainda Moçambique era uma colónia portuguesa. Menino branco, é filho de um pai jornalista e sobretudo poeta, e de uma mãe toda sentido prático e completamente terra-a-terra. Do pai recorda o que viveu com ele: duas viagens ao local de terríveis massacres cometidos pela tropa colonial, a sua perseguição e prisão pela PIDE, mas sobretudo, e em tudo isto, o seu amor pela poesia. Mas recorda também, entre os vivos, o criado Benedito (agora dirigente da FRELIMO) e o seu irmão Jerónimo Fungai, morto a tiro nos braços da sua amada, a bela e infeliz Mariana Sarmento, o farmacêutico Natalino Fernandes, o inspector da PIDE Óscar Campos, a tenaz e poderosa Maniara, e muitos outros; e de entre os mortos sobressaem o régulo Capitine, que vê uma mulher a voar -
O PLEBISCITO
SINOPSE
O plebiscito é uma obra póstuma de José Craveirinha. Ao longo dos quase centena e meia de poemas, craveirinha, o poeta dos vaticínios infalíveis e também o vate da rebeldia, faz um percurso lírico com poemas que nos trazem de novo a sua verve crítica, mordaz, rebelde e insubmissa, mas igualmente nos mostra o poeta nacionalista, o defensor da cultura moçambicana multiétnica e multirracial.
Intransigente para com todos os nepotistas, burocratas, bajuladores, hipócritas e traidores, os poemas acabam por constituir uma obra étnica, um pouco em contra-ponto à inicial obra épica criada no período colonial e que tem em Xigubo e Karingana wa karingana o testemunho lírico dessa epicidade.
No fundo José craveirinha quer fazer um plescito sobre atitudes e leis que contrariam a revolução e a necessária ética humana e socio-política como foi, por exemplo, o caso da contestada lei das chicotadas e a pena de morte.
Terminando com um poema sobre a paz, o poeta José craveirinha quer no fundo e em verdade um plebiscito para uma sociedade mais ética e plena de paz
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O ROMPER DA AURORA
SINOPSE
O livro «o romper da aurora » é constituído por 15 contos ficcionados por igual número de alunos do ensino secundário do país.
Este produto resulta de dois concursos organizados pelo Festival do Livro Infantil da Kulemba (FLIK 2021).
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O SÉTIMO JURAMENTO
SINOPSE
[…] «Faças uma substituição breve; esqueça a secretária do David, a Cláudia. Tome a Vera pala mãe do Pável, Mikhail por David e Clemente por Pável. Temos aqui um cruzamento tanto das lutas das duas mulheres como também o ideal socialista que fundamenta a Primeira República de 1975 distanciando-se, como é óbvio, pela luta de Samora contra as tradições como o grau da modernidade industrial que se conjuga aos campos de reeducação do Niassa. Veja como o Lourenço, o amigo de David e ele próprio demarcam o dualismo pós-independência: a modernidade e a tradição. O primeiro que vive os meandros da segunda e, o segundo que se distancia desse reduto para assumir a negação com proporções negativas nos anos da revolução». «mas, Dinho…», gaguejei. No momento estávamos a cruzar a Salvador Alende para depois subirmos por uma avenida que nos levaria a uma paragem junto a um ninho de lixo. Tomamos de seguida uma ruela que conhecia dos tempos de trabalhos por aquelas bandas. O sol já ido, a cidade começava a respirar a náusea da modernidade invocada para o homem novo. Esticou a mão e segurou-me dizendo: «não compreenderás o Sétimo juramento fora destes pequenos nadas; […].
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ORERA UM CONTO DE AMOR E HONESTIDADE
SINOPSE
Com m’siro, Orera fazia arte no seu rosto. Desenhava uma fila crescente de bolinhas na testa. E o preto da pele combinava muito bem com o branco de m’siro. A pintura no rosto era como a noite, as estrelas e a lua. Ela maquiava-se com um belo sorriso de marfim marcado no rosto. Posto isso, Orera amarou uma capulana de losangos e triângulos coloridos na cintura. Vestiu uma blusa castanha de cetim, que delineava bem o seu corpo es-cultural. Enrolou uma capulana nos cabelos como se fosse xaile.
Na ponta das orelhas, pendurou dois brincos d’oiro. À volta do pescoço, deixou cair um belo colar de missangas. Amarou uma pulseira na mão esquerda. Calçou um par de sandálias de pele de impala. Dirigiu-se a uma bacia de águas frescas para se espelhar.
E ouviu uma voz.
— Uau! Estás muito linda! -
OS LOBOS UMA FAMÍLIA GOESA
SINOPSE
Caetano Lobo é um jovem goês que emigra para Moçambique, nos anos quarenta do século XX, com a ambição de fazer fortuna. Depois de trabalhar para uma grande companhia agrária da Zambézia, estabelece-se por conta própria em Quelimane, com a ajuda da mulher e do dote que esta lhe traz. Prospera, tem filhos e adora a mais nova, Aurora. A família muda-se para Lourenço Marques e continua a enriquecer. Caetano, brâmane, mantém o preconceito, trazido de Goa, contra as pessoas de castas que considera inferiores, particularmente os sudras, o que o leva a rejeitar o convívio com uma outra família goesa, os Xavier. Quando Aurora e o jovem Bruno Xavier se apaixonam, ocorre a tragédia que marca as duas famílias.
O romance é uma saga familiar, que percorre quatro décadas da vida em Moçambique, período pontuado por importantes acontecimentos externos e internos, como a segunda guerra mundial, as independências dos países africanos, a tomada de Goa pela Índia, as lutas de libertação nas colónias portuguesas, o 25 de Abril, a independência de Moçambique e os primeiros anos que se lhe seguiram, que foram determinantes para as vidas e opções dos protagonistas.
Álvaro Carmo Vaz é engenheiro civil e Professor Catedrático de Hidrologia e Recursos Hídricos. Esta é a sua terceira obra literária, depois de *Um Rapaz Tranquilo (2019) e “Aqui Há Opera?” (2021).
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PÃO AMARGO
SINOPSE
Nesta obra, o autor vai buscar pequenos detalhes da vida desta sociedade que é a moçambicana.
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PARA UMA SOCIOLOGIA DA ARTE EM MOÇAMBIQUE
SINOPSE
Este trabalho incide sobre a relação entre a produção artística (artes plásti-cas) local e a sua imbricação com o global através da relação entre actores nacionais e transnacionais. Partindo dos pressupostos da pós-colonialidade e subalternidade adiantados por Said (1979), Appiah (1997), Appadurai (1988), Bhabha (1998, 2001), Spivak (2010) pretende-se dar conta da estru-turação, produção, disseminação e legitimação das artes plásticas em Moçambique, captando as suas nuances e marcas estruturantes em duas épocas distintas: 1975-1986 e 1987-2016. A escolha destes períodos deve-se ao facto de os dois corresponderem a momentos paradigmáticos distintos da história política, económica e cultural de Moçambique. De facto trata-se de olhar para a estetização do social moçambicano, o que nos pode ajudar a compreender as dinâmicas artísticas em Moçambique
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PHOMBE Um trágico 9 de Janeiro em Chitima
SINOPSE
Chitima é uma das localidades do Distrito de Cahora Bassa, em Tete. Naquele lugar, a 9 de Janeiro de 2015, registou-se uma tragédia incomum: 75 pessoas morreram e tantas outras foram internadas depois de ingerirem phombe inquinado, bebida local.
NeSte exercício de memória, Juvenal Bucuane percorre os corredores da morte para, entre os vivos, honrar todos aqueles que partiram sem compreender o motivo da dor.
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PROTAGONISTAS DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL
SINOPSE
Protagonistas da Luta de Libertação Nacional
Abner Sansão Muthemba
Albertina Makata
Alberto Chipande
Albino Magaia
Amós Mahanjane
André Manjoro Nkuna
António Chalangache
António Bravo Dalepa
Aurélio Bucuane
Bacar Matope
Bernardo Goy-Goy
Bonifácio Gruveta
Cândido Mondlane
Daniel Polela
Eduardo da Silva Nihia
Ernesto Cuvelo
Feleciano Gundana
Herculano Rajabo Mahomed
João Facileta Pelembe
João Mungwambe
Joaquim Dai
Joaquim de Carvalho
Jorge Nhassengo
José António Chaúma (Chulu)
José Moyane
Juliana Ntumbate
Justino Mukali
Juvenália Muthemba
Lina Magaia
Maria da Luz Dai Guebuza
Maria de Fatima Pelembe
Mariano Matsinha
Mariana Pachinapua
Mário Ndumucha
Martins Pandimbe Lula
Milagre Mazuze
Osvaldo Tazama
Paulina Mateus
Salésio Nalyambipano
Teresa Amule
Teresa Anaiva
Valeriano Ferrão
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RABHIA
SINOPSE
«Rabhia, uma prostituta assassinada em circunstâncias adequadamente misteriosas- um enigma que a conclusão do livro resolve, mas também complica. […] O conhecedor da capital de Moçambique poderia refazer os passos desorbitados e convulsos da narrativa, unindo os pontos assinalados pelo romance. O que lhe confere mais do que sua quota-parte de plausibilidade- além de um forte teor visualista, energizado pelo estilo vibrante do autor, que alça num compasso veloz.»Hugo Pinto Santos, Público.
«Lucílio Manjate, ao estilo dos grandes mestres do género policial, tem já um detective (tal como Poirrot de Agtha Christie, o Holmes de conam Doyle, o Maigret de Simenon), o Sthoe, que já vem de A legítima dor de D.Sebastião e se apresenta com um notório grau de excentricidade, com tiques e expressões de linguagem especiais (“ Com tudo, somos maningue felizes…”) que o individualizam.» Gilberto Matusse,«Um lugar para o policial»
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RESPOSTAS QUE NÃO DEI A PERGUNTAS QUE NÃO ME FIZERAM
SINOPSE
Nasceu a 30 de Maio de 1945, na então Vila de João Belo, hoje Xai-xai. Estudos primários no Chongoene e secundários no Seminário de Magude e no Colégio-Liceu do Xai-xai.
Foi Furriel Miliciano de Infantaria.
Funcionário do Quadro Administrativo
Colonial. Funcionário dos Ministérios do Comércio e dos Transportes e Comuni-cações. Inspector Geral das Actividades Económicas.
Secretário geral do
Ministério dos Transportes e Comunicações. Director geral do STAE.
Advogado. Juíz Conselheiro do Tribunal Administrativo. Membro do Conselho Superior e da Comissão Permanente da Magistratura Judicial Administrativa. Jubilado, desde 2015 como Magistrado. 56 anos de serviço ao Estado.