SOBRE O AUTOR

Joaquim Monteiro Matias nasceu em Setembro de 1938 no Casal da Ponte Nova, quase à beira do rio Lena, e a poucas centenas de metros da vila da Batalha, filho de agricultores pobres. Frequentou o Liceu Rodrigues Lobo, em Leiria, e a partir de 1955 o Liceu Camões, em Lisboa, onde concluiu o 7.º ano. Em 1957 matriculou-se na Faculdade de Direito, vindo a licenciar-se em 1962 com elevada classificação. Fez o estágio para a advocacia que concluiu em Junho de 1964, e passou logo após a advogar em defesa dos presos políticos no Tribunal Plenário da Boa Hora. Viria a ser preso pela PIDE em 23 de Julho de 1967, acusado de ligações à FAP – Frente de Acção Popular, e foi condenado no Tribunal Plenário a 2 anos e 8 meses de prisão maior e medidas de segurança de internamento prorrogáveis, que cumpriu parte na Cadeia do Forte de Peniche, de onde saiu no dia 26 de janeiro de 1971 em regime de liberdade condicional. Algum tempo depois retomou em Lisboa o exercício da advocacia, centrada agora na defesa nos tribunais do trabalho, dos trabalhadores associados dos sindicatos que o haviam contratado para esse efeito. Encontra-se reformado e sem actividade forense digna de registo. Publicou um pequeno livro de poemas da sua juventude, significativamente intitulado Rio do Meu Regresso, que passou despercebido.

  • MEMÓRIAS DE TORTURA E RESISTÊNCIA

    SINOPSE

    Um jovem advogado na tormenta dos dias sombrios. São absolutamente preciosos para os historiadores e todos os interessados em História e no passado recente português memórias, testemunhos e relatos, não só porque lembram episódios e acontecimentos pretéritos, como porque contribuem para podermos caracterizar um determinado regime político, neste caso o Salazarista. Sobretudo, ajudam a revelar o que ele representou na vida quotidiana de algumas pessoas, para além do que se pode ver nas leis ou nos discursos dos seus mentores ou opositores.

    «Neste caso, Joaquim Monteiro Matias revela aspectos da vida de muitos jovens de uma determinada geração que chegou à idade adulta em pleno regime ditatorial, no final da década de 50 do século xx, muitos anos antes de o dia «claro e límpido», embora chuvoso, de 25 de Abril, abrir o caminho para a democracia em Portugal. O autor descreve a forma como um jovem advogado nos anos 50 e 60 se envolveu na actuação política, na defesa de presos políticos de várias organizações políticas clandestinas, e como, de defensor, passou ele próprio a preso político, torturado pela PIDE e julgado no Tribunal Plenário de Lisboa.
    São memórias de aspectos da sua vida que cumprem o duplo papel da Memória e da História, de lembrar tempos passados que marcaram os seus protagonistas e de ao mesmo tempo possibilitá-los a que falem ainda no nosso presente.» Do Prefácio de Irene Flunser Pimentel

    1.015,00 MT