SOBRE O AUTOR
João Tordo nasceu em Lisboa em 1975.
Venceu o Prémio Literário José Saramago 2009 com As Três Vidas, tendo sido finalista, com o mesmo livro, do Prémio Portugal Telecom, em 2011. Publicou doze romances, entre eles O Livro dos Homens sem Luz (2004), Hotel Memória (2007), Anatomia dos Mártires (2011), O Ano Sabático (2013), Biografia Involuntária dos Amantes (2014), O Luto de Elias Gro (2015), O Paraíso Segundo Lars D. (2015), O Deslumbre de Cecilia Fluss (2017) e Ensina-me a Voar Sobre os Telhados (2018). Foi finalista do Prémio Melhor Livro de Ficção Narrativa da Sociedade Portuguesa de Autores (2011 e 2015), do Prémio Literário Fernando Namora (2011, 2012, 2015, 2016), e do Prémio Literário Europeu em 2012. Os seus livros estão publicados em vários países, incluindo França, Itália, Alemanha, Hungria, Espanha, México, Argentina, Brasil, Uruguai, entre outros.
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A NOITE EM QUE O VERÃO ACABOU
SINOPSE
14 de Setembro de 1998. O dia em que Chatlam, uma pequena vila americana, acordou em choque com o homicídio de Noah Walsh. O principal suspeito: a sua filha de dezasseis anos.
No Verão de 1987, o adolescente Pedro Taborda apaixona-se por Laura Walsh, a filha mais velha de um magnata nova-iorquino. Ela e Levi – uma criança misteriosa – passam férias com os pais no Lagoeiro, uma pacata cidade algarvia. Rica e moderna, a família Walsh tem tudo para dar muito nas vistas no sul de Portugal. Inebriado pelas formas perfeitas e pelos modos ousados de Laura, Pedro encontra na rapariga americana o seu primeiro amor. Mas quando o Verão acaba, a família Walsh regressa aos Estados Unidos e o destino fica por cumprir.
Dez anos depois, Pedro, decidido a tornar-se escritor, vai estudar para Nova-Iorque. Fascinado com Gary List, antigo prodígio das letras americanas, chega aos Estados Unidos determinado a perseguir os sonhos da juventude. Ao reencontrar Laura, está longe de suspeitar que esse acaso o mergulhará no crime mais falado dos anos noventa, o homicídio do milionário Noah Walsh.
Com um segundo homicídio a atrapalhar a investigação e uma corrida para salvar Levi, de apenas dezasseis anos, acusada de matar o pai, Pedro e Laura enredam-se irremediavelmente na teia de segredos que envolve a família Walsh, desde os anos quarenta do século XX até ao impensável desfecho nas primeiras décadas do novo milénio.
Porque em Chatlam – e neste thriller imparável – nada é o que parece.
O QUE ESCONDE LEVI WALSH?
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ÁGUAS PASSADAS
SINOPSEDurante treze dias de Janeiro de 2019, a chuva cai sem misericórdia sobre Lisboa. É quando aparece a primeira vítima, na praia de Assentiz: uma jovem de quinze anos trazida pela maré. O seu corpo apresenta marcas de sofisticada malvadez. A primeira agente no local é Pilar Benamor, uma subcomissária da PSP cuja coragem e empenho em descobrir a verdade ocultam segredos dolorosos.
A jovem vítima é Charlie, filha de um empresário inglês, mas logo a vítima de um segundo crime brutal um rapaz de dezassete anos aparece na floresta de Monsanto, em condições inenarráveis. Estas duas mortes prematuras e violentas abrem caminho a uma investigação que irá descarnar a alta sociedade portuguesa e o submundo do crime.
Ao longo desse inclemente mês de Inverno, Pilar desbrava caminho na investigação, contra tudo e todos e com a ajuda de Cícero, um misterioso eremita.
Desobedecendo a ordens superiores e colocando a própria vida em risco, vai penetrar no mundo escuro e tenebroso de um psicopata, enquanto luta com os fantasmas que há muito carrega: um pai polícia que morreu em serviço, um vício que a consome e a vulnerabilidade num mundo dominado por homens.
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NAUFRÁGIO
SINOPSEO novo romance de João Tordo conta-nos a história de um homem à deriva, enredado nos seus fantasmas e obrigado a enfrentar a mais terrível das acusações.
Aos sessenta anos, o romancista Jaime Toledo enfrenta vários problemas. Não escreve há uma década, foi diagnosticado com cancro e, de repente, dá por si no epicentro de um escândalo. Escritor de renome em Portugal, a polémica lança-o para o abismo – sem carreira, sem dinheiro e sem casa, com os livros a ganhar pó nos armazéns, depois de banidos pela sua editora, toma uma decisão radical: deixar tudo para trás e mudar-se para um barco decrépito, fundeado nas docas de Lisboa. É no Narcisse – um minúsculo barco mágico -, na companhia de uma velha guitarra e de um cão chamado Sozinho, que Jaime procurará devolver o sentido à sua vida, reconciliando-se com o passado: as relações conturbadas com as mulheres, o abandono da escrita, a culpa que o corrói.
Até que, um dia, a aparição de uma figura do passado mudará tudo, desviando a narrativa para um lugar inesperado. Estará nas mãos de Jaime decidir se este naufrágio é o fim ou um caminho para algo novo.
Naufrágio é um corajoso romance sobre o amor e as relações entre os sexos, uma reflexão sobre a memória e a culpa, e as linhas difusas que definem as fronteiras pessoais, sociais e morais. Através de Jaime Toledo, João Tordo traça o perfil de um homem em busca da redenção possível, num mundo mais rápido a julgar do que a reflectir, e onde é mais fácil condenar do que estender a mão.
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O LIVRO DOS HOMENS SEM LUZ
SINOPSEO cenário é uma Londres vibrante, cidade de todas as possibilidades, e onde é, contudo, fácil afundarmo-nos na solidão, no descaminho, no escuro. Aí se entretecem histórias enigmáticas, a espaços claustrofóbicas, de gente cheia de segredos: um desconhecido com quem o protagonista mantém conversas telefónicas; um casal que fica soterrado numa casa destruída durante o blitz; um estudante que sofre de insónias e mergulha num mundo bizarro, sentindo-se ameaçado pelo vizinho do quarto contíguo; um médico que constrói uma máquina de tortura.
O livro dos homens sem luz revisita os clássicos da literatura de mistério e evidencia ecos de Franz Kafka, Paul Auster ou Edgar Allan Poe, com personagens densas, enredos intrincados e desenlaces inesperados. Neste que foi o seu romance de estreia, João Tordo revelava já o fulgor e a solidez que haveriam de o confirmar como um dos mais relevantes escritores do presente.
«No segundo dia de maio de 1941 recebi uma carta do hospital de Brighton. Escrevia-me uma enfermeira em nome de um homem chamado Robert Burke, médico de profissão, e era um pedido formal para comparecer e discutir a situação de um paciente recém-internado. A carta terminava com um estranho pedido: que eu fosse acompanhado da minha família, sem qualquer justificação para tal. Na altura, eu vivia num terceiro andar no Norte de Londres, que partilhava com a minha filha Magda e uma mulher chamada Helena que se encontrava grávida de sete meses de um homem chamado Joseph. Esse homem, que cruzou a minha vida diversas vezes e por caminhos quase sempre obscuros, era sem dúvida o paciente referido na carta, e, durante dias, após recebê-la, tive de a manter em segredo, apesar do meu desejo de partilhar a novidade com a mulher que eu então amava.»