SINOPSE

“Em todos as etnias moçambicanas de língua bantu, as mudanças de estado, lugar, situação social e idade eram acompanhadas por rituais geralmente festivos e sempre impregnados de profunda significação social, política, mágica e religiosa. Todos os ritos de passagem tinham como objectivo fundamental integrar o iniciado num novo status  e numa nova dimensão ontológica da qual a morte também fazia parte (…)

De todos os ritos, tanto respeitantes à totalidade dos membros da colectividade como relativos a alguns deles, as cerimónias de iniciação das meninas e dos rapazes eram, incontestavelmente, as que maior fausto e importância revestiam para as comunidades de agricultores do Norte de Moçambique. (…)

O objecto de estudo deste livro é constituído pelo conjunto das práticas, rituais ou não, que socialmente marcavam a passagem da criança masculina para a idade adulta e preparavam socialmente essa mesma criança para o casamento entre macuas e os lómuès.

É a este conjunto que designo por ritos de iniciação dos rapazes.”