SOBRE O AUTOR
Raul Alves Calane da Silva (Lourenço Marques, 20 de Outubro de 1945- Maputo, 29 de Janeiro de 2021) foi um poeta, escritor e jornalista moçambicano. Marcou a vida cultural moçambicana no último meio século e viveu as grandezas e as tragédias do seu país.
Atento ao mundo, homem de múltiplos saberes, tendo integrado, ainda antes do 25 de Abril, em 1971, a redacção da recém-criada revista Tempo, dirigida pelo jornalista Rui Cartaxana (1929 – 2009).
Em 1985 coordenou o suplemento Gazeta das Artes e Letras desta revista, tendo uma acção importante na divulgação de jovens escritores moçambicanos e, dois anos depois, passou ai chefiar a redacção da Televisão Experimental de Moçambique.’
Foi condecorado, em 2011, em Maputo, com a Comenda da Ordem de Rio Branco, por ocasião do Dia do Diplomata.
Em 22 de Novembro de 2011 foi anunciado como vencedor do Prémio José Craveirinha, o maior galardão literário moçambicano, que distinguiu a sua carreira na literatura e no ensaio. Publicou as obras literárias:
Dos meninos da Malanga. Maputo: Cadernos Tempo, 1982.Poesia
Xicandarinha na lenha do mundo. Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 1988. Colecção Karingana. Contos. Capa de Chichorro.
Olhar Moçambique. Maputo: Centro de Formação Fotográfica, 1994
Gotas de Sol. Maputo: Associação dos Escritores Moçambicanos, 2006.
Vencedor do concurso literário «Prémio 10 de Novembro», organizado conjuntamente pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo e pela Associação dos Escritores Moçambicanos quando do aniversário da capital de Moçambique.
A Pedagogia do Léxico. O Estiloso Craveirinha. As escolhas leixicais bantus, os neologismos luso-rongas e a sua função estilística e estético-nacionalista nas obras Xigubo e Karingana wa Karingana. Maputo: Imprensa Universitária, 2002.
Publicação da tese de mestrado. Prefácio de Mário Vilela.
Gil Vicente: folgazão racista? (O riso e o preconceito racial no retrato de algumas minorias na obra vicentina). Maputo: Imprensa Universitária, 2002
Tão bem palavra: estudos de linguística sobre o português em Moçambique com ênfase na interferência das línguas banto no português e do português no banto. Maputo: Imprensa Universitária, 2003
Lírica do Imponderável e outros poemas do ser e do estar. Maputo: Imprensa Universitária, 2004
Ao mata bicho: Textos publicados no semanário “O brado Africano”. Lisboa: Texto Editores, 2006
Nyembêtu ou as Cores da Lágrima. Romance. Lisboa: Texto Editores. 2008.
Pomar e Machamba ou Palavras. Maputo: Imprensa Universitária, 2009.
O João à procura da palavra poesia. Maputo: Imprensa Universitária, 2009.
Do léxico à possibilidade de campos isotópicos literários. Tese de doutoramento.
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ANTROPOLOGIA ESPIRITUAL HÁ MAIS VIDA PARA ALÉM DESTA VIDA
SINOPSE
Falar da vida para além da vida corporal,falar desta possibilidade maravilhosa de sabermos que a vida não acaba com a morte do nosso corpo, que somos seres espirituais que habitamos uma casa biológica plena de energia, não é novo nem novidade para muita gente aqui em Moçambique e, obviamente, no mundo. As interpretações e conhecimentos sobre essa realidade é que diferem.
Esta obra aborda varias questões relacionadas com aquilo que o autor considera e designa ser uma Antropologia Espiritual. Efectivamente, sendo o Homem um ser dual, corpo e espírito/alma, a antropologia tem deixado de lado o estudo e investigação sobre o(s) espírito(s) que somos, facto de uma importância inquestionável para se ter uma ideia mais consentânea, completa e verdadeira sobre a realidade do Ser Humano.
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RICARDO RANGEL Insubmisso e generoso
SINOPSE
O livro contém 18 das mais célebres fotografias de Ricardo Rangel. Vem ainda com 4 retratos seus (um de Rogério, outro de José Cabral, e dois não creditados). E ainda com várias reproduções de fotos suas, referidas nos textos.
Integra três textos apresentados num colóquio que foi dedicado ao fotógrafo em 2012: de José Mota Lopes, “Ricardo Rangel nos textos dos seus contemporâneos”; de Nelson Saúte “Ricardo Rangel: nome tutelar e inspirador do foto-jornalismo de Moçambique”; de Drew Thompson “A iconicidade de Ricardo Rangel e a escrita da história em Moçambique”. E ainda os textos de Patrícia Hayes “Pão Nosso de Cada Noite: as mulheres e a cidade nas fotografias de Ricardo Rangel de Lourenço Marques, Moçambique (1950-60)” e de Luís Bernardo Honwana “Na morte de Ricardo Rangel” – este recuperando a vertente cultural (jazzística) do fotógrafo.
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